Dorme ruazinha... é tudo escuro...
e os meus passos...
quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos.
Dorme, não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...
O vento está dormindo na calçada,
O vento envolveu-se como um cão...
Dorme ruazinha, não há nada...
Só os meus passos, mas tão leves são...
Que até parecem pela madrugada...
Os da minha futura assombração!
Mario Quintana
Homenagem à Porto Alegre